O S&P 500 começou forte, mas terminou fraco. Após um aumento de 1,9% no início do pregão, impulsionado pelos resultados positivos da NVIDIA no terceiro trimestre, o índice geral de ações rapidamente reverteu a direção e fechou no vermelho, com queda de 1,6%. As razões por trás dessa dramática montanha-russa permanecem obscuras.

Dinâmica dos índices de ações dos EUA

A receita e os lucros da NVIDIA são, de fato, impressionantes, mas uma única empresa não pode sustentar o mercado inteiro. Mesmo a maior companhia do mundo depende de outros players do setor de tecnologia — muitos deles investindo somas colossais em inteligência artificial, mas apresentando resultados abaixo das expectativas. Segundo uma pesquisa do Bank of America, a possível formação de uma bolha entre as big techs é hoje a principal preocupação dos investidores.

Os sinais desse movimento já elevaram o índice de volatilidade VIX em 10% no final da última sessão de negociação e em 50% ao longo de novembro. A ganância que dominava o mercado de ações deu lugar ao medo. Com a temporada de balanços se encerrando e um calendário de dados econômicos relativamente esvaziado, investidores institucionais estão realizando lucros, pressionando ainda mais o S&P 500.

A queda do índice é intensificada pelo fechamento de posições de momentum e pela saída de investidores de varejo. Segundo o JP Morgan, esses investidores se tornaram vendedores líquidos de ações americanas na semana passada, retirando US$ 728 milhões do mercado.

Dinâmica do Índice de Medo CBOE VIX

Quando todos estão vendendo, surgem oportunidades para comprar a preços mais baixos. Nos últimos 30 dias, executivos de empresas de capital aberto, os chamados insiders, passaram a adquirir ações de suas próprias companhias no ritmo mais rápido desde maio. São investidores de longo prazo que aproveitam o pânico em torno da inteligência artificial para comprar papéis que consideram subvalorizados.

Apesar da queda de 5,5% no S&P 500 desde as máximas históricas, os compradores seguem confiantes. De acordo com a Citadel Securities, uma correção saudável abre espaço para uma retomada da tendência de alta no índice amplo. A expectativa é que, até 2025, impulsionado pela forte demanda do investidor de varejo, pelos resultados sólidos da NVIDIA e por fatores sazonais, o S&P 500 possa avançar em direção aos 7.000 pontos.

No entanto, tais expectativas parecem pouco prováveis no momento. Os vendedores encontram motivos para pressionar o mercado não apenas por medo de uma bolha de IA ou pela relutância do Fed em reduzir as taxas, mas também pela queda no mercado de criptomoedas. O Bitcoin há muito tempo é visto como um "canário na mina de carvão": quando ele cai, funciona como sinal de alerta para vender toda a classe de ativos de risco, incluindo ações americanas.

Tecnicamente, o gráfico diário do S&P 500 mostra a formação de um padrão Cunha em Expansão. Nesse contexto, correções de alta devem ser usadas para estruturar posições posições de venda abriu abaixo do valor justo de 6.740. Os alvos de baixa estão projetados para 6.400 e 6.255.