O par EUR/USD manteve um movimento de alta moderado na quarta-feira, conforme o esperado. Vale lembrar que a recente queda do par nas últimas semanas parecia ilógica, já que o cenário fundamental e macroeconômico para o dólar norte-americano apenas se deteriorou nesse período. Claro, não quer dizer que tudo esteja indo bem na Europa ou no Reino Unido, mas, em 2025, os Estados Unidos vêm batendo recordes em termos de acontecimentos negativos. Assim, até mesmo o recente fortalecimento do dólar foi contrário aos fundamentos.

No gráfico diário, dois pontos se destacam: a tendência de alta segue intacta e o mercado permanece em faixa lateral há meses. Dessa forma, a queda do euro pode ser atribuída puramente a fatores técnicos, e não à instabilidade política na França. Se for esse o caso, a tendência de alta de 2025 deve acabar se retomando — e por que não agora? Especialmente quando Trump continua a gerar manchetes que pouco favorecem o dólar.

Só nesta semana, Donald Trump anunciou tarifas de 100% sobre a China, afirmou que a Índia prometeu parar de comprar petróleo russo (depois de anteriormente elevar tarifas sobre produtos indianos para 50%), ameaçou cortar todos os laços com Pequim e, por fim, declarou estar pronto para elevar as tarifas a 500%. Com uma enxurrada de tensões geopolíticas partindo de Washington, é realista esperar que o dólar continue se valorizando?

O conflito entre Estados Unidos e China tende a se aprofundar à medida que Trump tenta forçar um dos principais atores globais a ceder à sua forma de conduzir negociações. Essa abordagem pode até funcionar com países menores, que buscam evitar confrontos, mas a China é um caso à parte. Pequim responde na mesma moeda: eleva tarifas, restringe exportações de terras raras, impõe limites à compra de petróleo de certos países, e ignora as exigências. De fato, apenas ontem, Nova Délhi deixou claro que não fez qualquer promessa a Trump sobre o petróleo russo. Mais uma vez, o presidente norte-americano enganou boa parte da imprensa e da opinião pública.

Em resumo, a "farsa" americana continua a escalar. A China tem respondido às ações de Trump com medidas recíprocas e provavelmente seguirá nesse caminho. O dólar americano tende a seguir em queda, já que os traders não encontram mais motivos convincentes para confiar na moeda que antes era considerada o pilar das finanças globais. Vale destacar que o dólar tem sido, de certa forma, "sortudo" nos últimos meses — com base nas condições fundamentais atuais, já deveria estar em queda contínua. No entanto, o mercado cambial não funciona assim: os formadores de mercado (market makers) precisam de tempo para formar novas posições antes de mover o mercado novamente para cima, e isso leva tempo. Acreditamos que uma nova fase de desvalorização do dólar é apenas questão de tempo.

A volatilidade média do EUR/USD nos últimos cinco dias de negociação até 17 de outubro é de 61 pips, o que se qualifica como "média". Na sexta-feira, esperamos que o par se mova dentro da faixa delimitada por 1,1609 e 1,1731. O canal de regressão linear de longo prazo continua em ascensão, indicando uma tendência de alta contínua. O indicador CCI entrou recentemente na zona de sobrevenda, o que pode desencadear a próxima alta nos preços.

Níveis de suporte mais próximos:

S1 – 1.1597

S2 – 1.1536

S3 – 1.1414

Níveis de resistência mais próximos:

R1 – 1.1658

R2 – 1.1719

R3 – 1.1780

Recomendações de negociação:

O par EUR/USD continua em uma fase corretiva, embora a tendência de alta geral permaneça clara, especialmente nos prazos mais longos. O dólar norte-americano ainda sofre forte pressão devido às políticas agressivas de Donald Trump, que não dão sinais de recuo. Apesar da valorização do dólar nos últimos dias, a justificativa fundamental para esse movimento é questionável. A faixa lateral no gráfico diário, no entanto, ajuda a explicar a falta de direção consistente no momento.

Se o preço ficar abaixo da média móvel, podem ser consideradas pequenas vendas com alvo em 1,1536, baseando-se apenas em análise técnica. Por outro lado, se o preço se mantiver acima da média, posições compradas em direção a 1,1841 e 1,1902 continuam válidas dentro da tendência de alta mais ampla.

Explicação das ilustrações:

• Canais de regressão linear: ajudam a identificar a tendência atual. Quando ambos os canais apontam na mesma direção, a tendência é considerada forte.
• Linha da média móvel (configuração: 20,0, suavizada): indica a tendência de curto prazo e orienta a direção das operações.
• Níveis de Murray: definem zonas-alvo para movimentos e correções de preços.
• Níveis de volatilidade (linhas vermelhas): mostram a faixa de preço esperada para as próximas 24 horas, com base na volatilidade atual.
• Indicador CCI: quando o valor entra na área de sobrevenda (abaixo de -250) ou de sobrecompra (acima de +250), pode indicar que uma reversão da tendência está próxima.