Em uma situação com riscos de ambos os lados, não existe caminho totalmente seguro. Encare o corte de juros como uma medida de redução de risco. Como os ativos de risco deveriam reagir à retórica de Jerome Powell? Correto — como uma montanha-russa! As ações dispararam inicialmente, depois caíram, mas ao final do pregão conseguiram recuperar as posições perdidas. Os "bulls" aproveitaram a queda do S&P 500 para comprar e foram recompensados.

Após uma pausa de nove meses, o Fed retomou seu ciclo de afrouxamento monetário. Os mercados esperavam por isso, mas o fato de as previsões do FOMC indicarem mais dois cortes de taxa até o fim do ano acabou se tornando um catalisador para o rali. Em seguida, veio o clássico "vender o fato depois de comprar o boato", e o S&P 500 afundou até a mínima semanal.

Previsões das taxas do FOMC

O amplo índice de ações ficou desapontado ao ver apenas um dissidente no Comitê — Stephen Mirran. E quanto aos indicados anteriores de Trump, Christopher Waller e Michelle Bowman? Teriam eles perdido o "concurso de beleza"? O grande prêmio poderia ter sido a presidência do Fed.

O S&P 500 também se ressentiu do fato de que as previsões de setembro dos membros do FOMC incluíam apenas dois cortes de juros em 2025, um em 2026 e outro em 2027. Isso implica uma redução da taxa dos fundos federais de 100 pontos-base, para 3,25%, e não abaixo de 3%, como o mercado esperava — e não tão rapidamente.

Na realidade, não há motivo para desespero. A história mostra que, nos últimos 50 anos, quando o Fed reduziu os custos de empréstimo enquanto o S&P 500 estava a menos de 1% de uma máxima histórica, em 13 dos 16 casos o índice amplo subiu nas seis semanas seguintes.

Combinado com uma economia americana ainda forte, a intenção dos bulls de comprar na queda do S&P 500 parece lógica. Em suas projeções atualizadas, o Fed elevou as estimativas de crescimento do PIB para 2025 de 1,4% para 1,6% e para 2026 de 1,6% para 1,8%. A previsão para a inflação core no final do ano permaneceu inalterada em 3,1%.

Desempenho dos índices de ações dos EUA, Europa e China

O mercado de ações norte-americano parece sólido e atrai muito mais atenção do que seus concorrentes. Apesar dos ganhos nos índices chineses e europeus, os investidores continuam cautelosos em relação à Ásia devido aos efeitos graduais das tarifas norte-americanas sobre as exportações e as economias. Na Europa, de acordo com o Goldman Sachs, há ceticismo em relação às medidas de estímulo fiscal anunciadas pela Alemanha. Os mercados preferem ver a implementação antes de se comprometerem.

Assim, a continuação do ciclo de flexibilização monetária do Fed e rivais mais fracos permitem que o S&P 500 espere uma recuperação prolongada.

Tecnicamente, no gráfico diário, foi formada uma barra doji com uma longa sombra inferior. É mais provável que o S&P 500 se mova na direção oposta a essa sombra — para cima. Portanto, uma quebra acima da alta da barra doji, perto de 6.625, servirá como um sinal para aumentar as posições de compra previamente estabelecidas a partir de 6.570.