Na quinta-feira, o par GBP/JPY apresentou uma forte reversão para baixo, apesar de continuar sendo negociado próximo à máxima histórica registrada na quarta-feira — o nível mais alto desde julho de 2024. No momento, o par opera abaixo de 207,00, com queda diária de 0,10%, embora a tendência de curto prazo ainda favoreça participantes que esperam novos avanços do preço.
Os traders permanecem cautelosos diante da possibilidade de intervenção das autoridades japonesas para apoiar o iene. Esse fator, aliado à retomada das expectativas de aumento da taxa de juros pelo Banco do Japão (BoJ) em dezembro, contribui para um fortalecimento moderado do iene e provoca vendas intradiárias no par GBP/JPY.
O membro do conselho do BoJ, Asahi Noguchi, afirmou hoje que, se a atividade econômica e os preços seguirem as projeções, o banco central começará a reduzir gradualmente o grau de estímulo monetário. Além disso, o Índice de Preços ao Produtor de Serviços do Japão mostra que a inflação se aproxima de uma trajetória estável próxima de 2%, reforçando a necessidade de um aperto adicional por parte do BoJ.
Entretanto, o sentimento global de apetite por risco e as preocupações com o deterioramento da saúde fiscal do Japão — agravadas pela postura expansionista da primeira-ministra Sanae Takaichi — limitam o potencial de valorização do iene como ativo de proteção. Já a libra se fortalece, beneficiada pelo orçamento do Reino Unido, que apresentou um buffer fiscal maior do que o esperado, dando suporte ao par.
Ainda assim, as crescentes expectativas de corte de juros pelo Banco da Inglaterra no próximo mês contrastam diretamente com a postura cada vez mais hawkish do Banco do Japão. Esse descompasso pode desestimular a abertura de novas posições compradas no GBP/JPY. Agora, a atenção do mercado se volta para os próximos dados de inflação ao consumidor de Tóquio, que serão divulgados na sexta-feira durante a sessão asiática.
Do ponto de vista técnico, os osciladores no gráfico diário seguem positivos, mas próximos da zona de sobrecompra, sugerindo a possibilidade de uma correção. O par encontra suporte em 206,40, seguido pelo nível psicológico de 206,00. A resistência permanece logo acima de 207,00, próxima da máxima anual.
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