Invista ou fique para trás. As empresas estão aumentando seus investimentos em ritmo recorde na corrida para desenvolver AGI, sistemas de inteligência artificial mais inteligentes que os próprios humanos. No último ano, os gastos combinados da Alphabet, Meta Platforms e Microsoft em IA cresceram US$ 78 bilhões. E não é difícil entender por quê: ficar atrás nessa corrida significa perder o jogo. Ainda assim, as dúvidas entre investidores sobre quando (ou se) esses investimentos trarão retorno levaram à realização de lucros, resultando em uma correção no S&P 500.

Dinâmica dos gastos das gigantes da tecnologia em IA

Os céticos destacam o número limitado de assinaturas pagas e o longo tempo necessário para treinar equipes e integrar sistemas de IA às operações corporativas. As críticas aos gastos excessivos resultaram em desempenhos mistos das ações das gigantes de tecnologia. Por exemplo, as ações da Meta despencaram mais de 11%, registrando a maior queda em três anos.

Microsoft e Amazon também enfrentaram reduções em sua capitalização de mercado, enquanto o valor de mercado da Alphabet aumentou. A NVIDIA também foi arrastada pela onda de vendas, após Donald Trump declarar que o fornecimento dos chips Blackwell para a China não foi discutido em sua reunião com Xi Jinping.

Dinâmica da capitalização de mercado das Magnificent Seven

Conforme os detalhes do acordo comercial entre os EUA e a China se tornam mais claros, a euforia dos investidores começa a se dissipar. A Natixis descreve o pacto como uma trégua repleta de riscos ocultos. Pequim afrouxou os controles de exportação sobre minerais raros, mas as restrições impostas em abril permanecem em vigor. Assim, a China mantém uma poderosa alavanca para futuras negociações, enquanto os ganhos dos EUA são modestos, evidenciando a dependência americana da maior economia da Ásia.

Donald Trump classificou sua reunião com Xi Jinping como "fantástica", dando-lhe nota 12 em uma escala de 1 a 10. No entanto, o acordo tem validade de apenas um ano, com possibilidade de prorrogação, e a imprevisibilidade do ocupante da Casa Branca não descarta novas escaladas no futuro. Os mercados, portanto, adotam uma postura mais cautelosa, o que dificulta o avanço dos touros no S&P 500.

A situação se assemelha à queda na probabilidade de um corte na taxa dos fundos federais em dezembro, que passou de mais de 90% antes da reunião do FOMC de outubro para 67% depois. O Federal Reserve conseguiu surpreender os investidores: Jerome Powell afirmou que a continuidade do ciclo de expansão monetária está longe de ser uma decisão tomada, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, votou pela manutenção das taxas inalteradas.

Se o Federal Reserve não corresponder às expectativas dos investidores por estímulos monetários mais agressivos, os riscos de uma retração no índice amplo aumentarão.
Esse cenário já está parcialmente precificado no mercado de ações, e uma correção seria uma resposta natural ao aumento das vendas. Por outro lado, a estratégia da multidão de "comprar na baixa" continua em vigor.

Do ponto de vista técnico, o S&P 500 recuou levemente no gráfico diário, mas a tendência de alta permanece intacta. Assim, as recuperações a partir dos níveis de suporte em 6.805 e 6.745–6.755 devem ser vistas como oportunidades para abrir posições compradas.