O alívio das tensões nos mercados, após a pausa no conflito militar no Oriente Médio, favorece o retorno ao paradigma anterior — maior demanda por ações e criptomoedas, enfraquecimento do dólar americano e queda nos preços do ouro. Enquanto isso, os preços do petróleo se estabilizam à espera do desfecho das negociações entre as delegações iraniana e israelense, previstas para a próxima semana.
Por ora, na ausência de grandes novidades vindas da região, os investidores voltam sua atenção para a divulgação, ainda hoje, de relatórios-chave sobre a inflação nos Estados Unidos.
Segundo as projeções consensuais, o Índice de Preços de Despesas com Consumo Pessoal (PCE), na base anual, deve subir de 2,1% para 2,3%. A leitura subjacente (núcleo) também deve avançar, de 2,5% para 2,6%. Na comparação mensal, tanto o índice cheio quanto o núcleo devem manter o ritmo de alta em 0,1%.
Chama a atenção, porém, a expectativa de queda na renda e nos gastos pessoais — uma tendência negativa que pode ajudar a aliviar as pressões inflacionárias, desde que as guerras tarifárias de Donald Trump não acabem empurrando a inflação na direção contrária.
Acredito que não devemos esperar mudanças significativas no curto prazo. Em primeiro lugar, os investidores sabem que não é realista esperar que o Federal Reserve retome os cortes nas taxas de juros nas condições atuais. O presidente do Fed, Jerome Powell, e dirigentes regionais já afirmaram repetidamente que ainda não existem condições para reduzir os juros.
Em segundo lugar, persiste a incerteza sobre as consequências das guerras tarifárias — sobretudo com a China, com quem vigora uma trégua de 90 dias. Como a questão tarifária continua sem solução, seu impacto potencial segue indefinido.
Além desses dois grandes fatores, os EUA estão profundamente envolvidos na crise no Oriente Médio, o que está drenando recursos substanciais para apoiar Tel Aviv em seu conflito com Teerã. É evidente que, nas negociações, os EUA buscarão seus próprios interesses, e não um compromisso abrangente. A postura do governo americano — e de seu aliado, Israel — não favorece acordos mutuamente benéficos. Esse tipo de compromisso só poderia surgir de uma derrota total de um dos lados, o que não se espera neste caso. Em vez disso, é mais provável que a situação evolua para um conflito prolongado, possivelmente de décadas, como já ocorreu no passado. Isso tende a manter os preços do petróleo elevados, sustentando a demanda por ações de empresas do setor de petróleo e energia.
Espero que as ações e as criptomoedas continuem subindo hoje. Os preços do petróleo devem permanecer sustentados, enquanto o dólar americano deve se enfraquecer no mercado de câmbio em relação às principais moedas.
O dólar continua a mostrar uma fraqueza considerável, o que apoia o impulso ascendente do par. É improvável que a divulgação do relatório do PCE cause grandes mudanças no movimento do par. Muito provavelmente, o EUR/USD retomará sua subida em direção a 1,1815, após consolidar-se acima de 1,1675. Um nível de entrada potencial para compra é 1,1746.
O Bitcoin quase alcançou a linha de resistência e permanece em uma tendência de baixa de curto prazo. Um aumento acima do nível 108.011,00 pode desencadear um crescimento adicional. Nesse caso, o Bitcoin pode aumentar para 110.388,00. Um nível de compra adequado poderia ser 108.288,40.
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