O dólar da Nova Zelândia manteve-se estável após o Banco Central da Nova Zelândia (RBNZ) ter aumentado a taxa de juros pela primeira vez em 7 anos na recente reunião. Entretanto, a constante valorização do dólar americano está impedindo que o NZD mantenha sua posição atual.

O dólar neozelandês está lutando para não cair para níveis baixos. O recuo do kiwi começou após a reunião do RBNZ, quando o regulador lançou uma nova política de aperto. O Banco Central aumentou a Taxa Oficial de Caixa (OCR) em 25 pontos base (bps) pela primeira vez em 7 anos. Assim, ele sinalizou um novo aperto da política monetária, que visa superar as pressões inflacionárias.

O aumento da taxa de 25 pontos base não apenas deu início às medidas de aperto, mas também abriu o caminho para um aumento para 50 pontos base. O início da política de aperto foi planejado em agosto, mas foi adiado devido ao surto da variante delta. O atendimento do RBNZ correspondeu às expectativas do mercado. O aumento da taxa chave não excedeu 0,25% (com a perspectiva de um aumento para 0,50%), e os representantes dos reguladores disseram que a COVID-19 não teria impacto na previsão a médio prazo.

O dólar neozelandês caiu drasticamente frente ao dólar americano (para 0,6930), mas subiu logo depois que a taxa foi anunciada. O fortalecimento do dólar americano, combinado com os investidores que evitaram os riscos, contribuiu para o declínio do NZD em 0,7%. Como resultado, o kiwi caiu mais de 1% em relação ao dólar americano.

Segundo os analistas, as perspectivas para o par NZD/USD não despertam otimismo. Anteriormente o kiwi estava crescendo constantemente, mas seu rally parou. O interesse ardente na compra do NZD foi desencadeado pelos relatórios de agosto do RBNZ, apoiados pelo sentimento falcão do regulador. Espera-se que o dólar neozelandês continue a crescer somente se a economia nacional mostrar uma melhora significativa em suas perspectivas. O NZD/USD estava sendo negociado a 0,6933 nesta quinta-feira, 7 de outubro. Os especialistas não excluem o par de se mover em direção à resistência localizada em 0,6890, o que pode levar o par a 0,6500. Este cenário é possível se houver menor sentimento de risco nos mercados globais.

Segundo o RBNZ, a flexibilização das medidas de estímulo e da política monetária (MP) depende das perspectivas de médio prazo para os níveis de inflação e emprego. O declínio na demanda dos consumidores causado pela pandemia de COVID-19 teve um impacto importante no crescimento econômico da Nova Zelândia. Ao mesmo tempo, a economia neozelandesa enfrentou uma notável restrição de capacidade, o que reduziu seu crescimento.

Em um horizonte de planejamento a curto prazo, o índice de preços ao consumidor (IPC) pode exceder 4%, mas a médio prazo, espera-se que volte ao alvo de 2%, sublinhou o RBNZ. O regulador declarou que a ameaça de uma nova onda de inflação é um dos tópicos quentes que influenciam a estratégia futura do banco central. O banco central acredita que os próximos passos dependem de indicadores de médio prazo da inflação do consumidor e do mercado de trabalho nacional. Notavelmente, o lockdown prolongado em Auckland está deixando os extensos ganhos no setor de emprego incertos. A taxa de inflação do país está atualmente bem acima do nível alvo, o que não impede o otimismo sobre o futuro.

A economia neozelandesa tem mostrado indicadores bastante fortes, o que explica a recente alta das taxas. Ao mesmo tempo, os formuladores de políticas continuam cautelosos, apesar de seu otimismo. As autoridades neozelandesas afirmam que têm que aprender a viver na nova realidade, incorporando medidas para lidar com os efeitos negativos da pandemia.