Na segunda-feira (17), os futuros do ouro para entrega em junho avançaram 1,6%, ou US 29,50. O preço de fechamento dos futuros de ouro na bolsa COMEX foi de US $1.867,60. O metal precioso atingiu um pico semelhante em janeiro.

O fato mais importante sobre o movimento de ontem é que o preço finalmente subiu acima da MA 200. Uma dinâmica de alta neste nível pode impulsionar ainda mais o preço do metal amarelo.

Houve várias razões para o retorno do ativo às altas de 4 meses, disse o diretor executivo do Metals Daily Ross Norman. A desvalorização do dólar, assim como a queda dos principais índices de ações globais, poderiam ter impulsionado o preço.

O preço subiu ontem após o comentário feito pelo vice-presidente do Fed, Richard Clarida. Ele afirmou que a economia dos Estados Unidos ainda não atingiu o limiar que justifica a redução das compras maciças de títulos do banco central.

O anúncio do vice-presidente colocou o dólar sob pressão. Na segunda-feira, o dólar norte-americano caiu e teve uma cotação de 0,2%. Diante disso, a demanda por ouro aumentou entre os detentores de outras moedas.

O ouro ampliou os ganhos após a publicação do Índice Empire State de Atividade Industrial em Nova York. A leitura caiu para 24,3 em maio, de uma alta de 26,3 em mais de 3 anos relatada em abril.

Ao mesmo tempo, o índice de novos pedidos subiu 2 pontos, para 28,9 em maio, enquanto os embarques aumentaram 4,7 pontos, para 29,7.

De acordo com Ed Moya, Analista de Mercado Sênior da OANDA, uma recuperação econômica global desigual facilita a continuação de uma política monetária frouxa por parte dos bancos centrais, que é sempre bem-vinda no mercado de ouro.

O especialista tem a China como exemplo. O crescimento econômico do país está desacelerando. Moya acredita que isso deve levar Pequim a manter seu programa de estímulo por mais tempo.

Enquanto isso, as crescentes preocupações com a inflação continuam conduzindo o mercado de ouro. Há esperanças de que esta semana esclareça as coisas de alguma forma.

No dia 19 de maio, será publicada a ata do FOMC. Os investidores esperam receber respostas para muitas perguntas incômodas. Eles querem saber sobre o estado atual da economia e da inflação, bem como se o Fed manterá seu plano de estímulo.

A movimentação do dólar no curto prazo depende das atas e, consequentemente, do sentimento do mercado de ouro, uma vez que o metal precioso sempre foi sensível às movimentações do dólar americano.

Na terça-feira, o dólar norte-americano está estável em relação ao iene japonês e outras moedas. Ao mesmo tempo, perdeu 0,1% em relação ao euro. Sob esta luz, a tendência de alta do ouro que começou na quinta-feira passada deve se estender.

Durante o início do pregão, o preço ultrapassou a marca de $1.870 e atingiu seu máximo em 1.º de fevereiro. No momento em que este artigo foi escrito, o ouro estava sendo negociado a $1.870,85 por onça. A diferença no valor do preço de fechamento do dia anterior foi de $3,25, ou 0,17%.

O analista sênior da Kitco, Jim Wyckoff, observa que a atual tabela de ouro tem uma clara vantagem técnica. Ele espera que o preço feche acima de um forte nível de resistência de $1.881, enquanto o suporte está localizado em $1.800.

A situação agravante da COVID-19 na região da Ásia-Pacífico também pode levar o metal a novas máximas. Uma nova cepa de coronavírus está agora se espalhando ativamente lá, o que prejudica as esperanças de uma recuperação econômica global precoce.

Tudo isso pode ter um efeito positivo sobre o preço do ouro e de outros ativos porto seguro que são tradicionalmente vistos pelos investidores como proteção contra a inflação.

O mercado de commodities, liderado pelo ouro, segue em tendência de alta. Ontem, todos os principais metais negociados na COMEX fecharam em alta. Com isso, a prata disparou 3,3%, para US $28,27, a alta não vista desde fevereiro.

O cobre valorizou 1,2%, fechando a US $4,71 por onça. Platinum aumentou 1,8% para $1.244,50. O paládio somou menos de 0,1%, fechando a US $2.895,90.