O euro está muito confortável, uma vez que o Banco Central Europeu não pretende mais interferir na atual política monetária. Na semana passada, Madis Muller, membro do Conselho do BCE, afirmou que ainda é muito cedo para falar sobre como os custos dos empréstimos poderão mudar no futuro. Falando no dia seguinte à decisão do BCE de manter a taxa de depósito inalterada em 2% pela quarta vez consecutiva, o funcionário estoniano afirmou que, atualmente, não há necessidade de ajustes, mas não entrou em detalhes.
"Se você perguntar o que acontecerá em seis meses ou mais, honestamente, é cedo demais para especular", afirmou Muller.
Essa posição envia um sinal claro ao mercado: o regulador está satisfeito com a política monetária atual e não vê necessidade de mudanças drásticas, ao menos no curto prazo. Essa previsibilidade tende a ser bem recebida por investidores que buscam estabilidade e orientações claras em meio à incerteza econômica global.
"É possível imaginar cenários se desenvolvendo em ambas as direções. Se a economia da zona do euro tiver um desempenho mais fraco e a inflação continuar desacelerando, pode haver fundamentos para novos cortes nas taxas de juros. Mas também é possível imaginar o cenário oposto", acrescentou o formulador de políticas.
O impacto das declarações de Muller é reforçado pelo panorama macroeconômico da zona do euro. A inflação permanece próxima da meta do Banco Central Europeu e apresenta sinais de alívio, o que permite ao regulador adotar uma postura de esperar para ver. Ao mesmo tempo, o crescimento econômico da região segue moderado, limitando a margem para um aperto monetário que poderia agravar ainda mais a atividade.
Como resultado, o euro mantém relativa estabilidade, sustentado pela ausência de expectativas de medidas mais agressivas por parte do BCE. Ainda assim, a perspectiva de longo prazo da moeda europeia dependerá, em grande medida, da evolução futura da inflação e do crescimento econômico, bem como do cenário geopolítico regional e global.
Do ponto de vista técnico, no EUR/USD, os compradores precisam agora concentrar esforços na superação do nível de 1,1730. Somente um rompimento consistente dessa faixa abriria espaço para um teste de 1,1750. A partir daí, o par poderia avançar em direção a 1,1770, embora um movimento dessa magnitude sem o apoio de grandes participantes do mercado pareça difícil. Um alvo mais distante seria a máxima em 1,1805.
Em caso de correção, espera-se que uma reação mais relevante dos compradores ocorra apenas nas proximidades de 1,1705. Caso não haja interesse comprador nesse nível, pode ser mais prudente aguardar um reteste da mínima em 1,1685 ou considerar posições de compra a partir de 1,1650.
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