A estrutura de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD assumiu uma configuração de alta. Não há dúvidas de que essa transformação foi causada exclusivamente pela nova política comercial dos Estados Unidos. Até 28 de fevereiro — quando começou a forte queda do dólar americano — a estrutura de ondas apontava para uma tendência de baixa bem definida, com a onda corretiva 2 ainda em formação. No entanto, os anúncios semanais de Donald Trump sobre novas tarifas surtiram efeito. A demanda pela moeda americana caiu rapidamente, e agora todo o segmento de tendência iniciado em 13 de janeiro formou um padrão impulsivo de cinco ondas.
Com base nisso, devemos agora esperar a formação da onda corretiva 2 dentro de um novo movimento de alta, possivelmente estruturado em três ondas. A partir daí, é provável que o dólar continue a se desvalorizar — a menos, claro, que Donald Trump reverta completamente sua política comercial. Este é um exemplo claro de como o noticiário pode remodelar uma estrutura de ondas.
Na quinta-feira, o par EUR/USD avançou 250 pontos-base e somou mais 170 pontos hoje. Imagino que nenhum dos meus leitores esteja se perguntando por que o dólar perdeu 400 a 500 pontos em apenas dois dias. A razão é simples: Trump, que na quarta-feira passou da retórica agressiva à benevolência ao conceder um período de carência tarifária para todos os países (com exceção da China), elevou imediatamente as tarifas sobre produtos chineses. Primeiro para 125%, depois para 145%. Eu já suspeitava que Pequim não ficaria calada — e, de fato, hoje a China anunciou tarifas de 125% sobre todos os produtos americanos. E suspeito que essa seja apenas a resposta inicial à escalada imposta por Trump.
Além disso, na China, algumas lojas começaram a aplicar um acréscimo de 104% sobre produtos destinados a clientes americanos. Embora ainda sejam casos isolados, a tendência é clara — e eu já havia alertado sobre ela. O mundo começa a se voltar contra os Estados Unidos e contra Donald Trump, pessoalmente. Produtos americanos estão sendo boicotados em vários países, e o movimento "não compre dos EUA" vem ganhando força. É claro que o mundo inteiro não deixará de consumir produtos americanos, mas mesmo uma queda de 20% a 30% na demanda já representaria um impacto significativo para uma economia que, no momento, não vislumbra um horizonte otimista.
Diante disso, restam poucas dúvidas sobre os movimentos recentes do EUR/USD. A estrutura de ondas está evoluindo de forma que, agora, o foco deve estar em identificar ondas corretivas nos gráficos.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par segue construindo um novo segmento de tendência altista. As ações de Donald Trump reverteram a tendência de baixa anterior. Assim, no curto prazo, a estrutura de ondas dependerá essencialmente da postura e das decisões do presidente dos EUA — um fator que deve ser constantemente levado em consideração.
De acordo com a análise clássica de ondas, é esperado o surgimento de uma estrutura corretiva composta, em geral, por três movimentos. No entanto, há a possibilidade de que a onda 2 já tenha sido concluída. Se essa hipótese se confirmar, a formação da onda 3 dentro do atual movimento de alta já teve início, com alvos potenciais chegando à região de 1,25.
Em uma escala de ondas mais ampla, a estrutura também entrou em uma fase de valorização. Um ciclo de longo prazo com tendência ascendente é plausível — embora o fluxo de notícias envolvendo Donald Trump possua o potencial de reverter completamente esse cenário a qualquer momento.
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