O Bitcoin caiu acentuadamente abaixo de $26.000 na manhã desta terça-feira, mantendo uma tendência lateral. No momento escrita, o Bitcoin estava oscilando perto de $25.849.

De acordo com o site de rastreamento de ativos digitais CoinMarketCap, o preço do Bitcoin oscilou entre $26.934 e $25.445 ontem.

Sentimentos negativos dominaram o mercado de ativos digitais na segunda-feira, com o Bitcoin caindo 5,84%, atingindo mínimos de meados de março de 2023 e encerrando a sessão de negociação em $25.609. Esse pessimismo também afetou outras criptomoedas do top 10 em valor de mercado, a maioria das quais viu uma queda em seus preços.

O principal impulsionador desse declínio acentuado foram notícias recentes de problemas enfrentados pela principal exchange de criptomoedas, a Binance. A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) recentemente acusou a empresa de 13 infrações, incluindo operações ilegais nos EUA e violações das leis de valores mobiliários.

Além disso, a SEC classificou várias criptomoedas como títulos não registrados, incluindo BNB, BUSD, Solana, Polygon e outras.

Além da pressão exercida na segunda-feira sobre as principais moedas digitais, o pessimismo foi observado nos mercados acionários dos EUA. O índice Dow Jones Industrial Average caiu 0,6%, o índice S&P 500 caiu 0,2% e o índice NASDAQ Composite caiu 0,1% durante o pregão de ontem.

Entretanto, os economistas destacam uma queda na correlação entre a criptomoeda e os mercados de ações este ano em meio ao atual movimento lateral de preços do Bitcoin.

Analistas da empresa americana de investimentos Bernstein informaram no final de fevereiro que a correlação entre o Bitcoin e o Índice NASDAQ Composite havia caído de 0,94 para 0,58.

Os especialistas da Bernstein sugerem que o mercado de cripto está atualmente oscilando entre as tendências de alta e de baixa, aguardando novos catalisadores. Sua suscetibilidade a notícias e eventos significativos no mundo financeiro diminuiu significativamente.

No início de 2022, os analistas frequentemente enfatizavam a alta correlação entre o mercado de ações dos EUA e o mercado de criptomoedas, devido à antecipação do conflito geopolítico na Europa Oriental e a novas medidas do Federal Reserve dos EUA. Em meados de 2021, especialistas da empresa de investimentos Arcane Research afirmaram que a correlação entre o Bitcoin e as ações de tecnologia havia atingido seu ponto mais alto desde julho de 2020.

Os economistas da plataforma de análise TradingView observaram que a correlação entre o mercado de cripto e o mercado de ações dos EUA no quarto trimestre de 2022 era de 70%.

Na semana passada, um fator crucial que impulsionou o mercado de criptomoedas foram as notícias dos Estados Unidos sobre o teto da dívida. O Senado dos EUA aprovou recentemente um projeto de lei orçamentária para aumentar o limite da dívida, uma medida que já havia recebido o aval da Câmara dos Deputados. A proposta agora aguarda a assinatura do presidente Joe Biden. Os especialistas sugerem que isso reduz significativamente a probabilidade de inadimplência e ameniza as incertezas do mercado global, influenciando positivamente o apetite pelo risco dos traders.

Mercado de Altcoin

No mercado de altcoins, o principal concorrente do Bitcoin, a Ethereum, também iniciou a terça-feira com movimento lateral, sendo negociado a $1.811 no momento da redação do artigo. A altcoin caiu 5,01% na segunda-feira, encerrando a sessão a $1.807. Em relação às previsões futuras de preço do ETH, os analistas sugerem que a tendência da altcoin dependerá se ela cair abaixo de $1.600 ou subir acima de $1.950.

Entre as dez principais criptomoedas em termos de capitalização de mercado, a BNB foi a pior nas últimas 24 horas, com uma queda de 8,49%. No mesmo período, todas as moedas entre as dez primeiras exibiram uma tendência negativa.

Durante a semana passada, a BNB também foi a maior perdedora entre as dez principais criptomoedas, registrando uma queda de 11,78%. Em contraste, a XRP liderou a lista de ganhadores com um modesto aumento de 2%.

A CoinGecko, a maior agregadora de dados de ativos digitais do mundo, relata que a Kava teve o melhor desempenho nas últimas 24 horas entre os 100 ativos digitais com maior capitalização, com um aumento de 10,43%. Por outro lado, a Terra Classic registrou a queda mais significativa de 8,04%.

Entre as 100 criptomoedas mais fortes, a Terra Classic teve o melhor desempenho na semana passada, com um ganho de 5,21%, enquanto a Pepe sofreu o pior impacto, com uma queda de 29,15%.

Segundo a CoinGecko, na manhã de terça-feira, a capitalização de mercado total das criptomoedas ficou acima da marca crucial de $1 trilhão, em $1,057 trilhão, representando uma queda de 0,07% nas últimas 24 horas. Desde alcançar o pico acima de $3 trilhões em 2021, a capitalização de mercado das criptomoedas perdeu quase $2 trilhões.

Previsões de especialistas em cripto

Junho é tradicionalmente visto como um mês favorável para o Bitcoin. Nos últimos 12 anos, o ativo digital encerrou este mês com ganhos sete vezes e perdas cinco vezes. O aumento médio em junho é de cerca de 16,7%, e a queda média é de 19,2%. Se o Bitcoin seguir a tendência dos anos anteriores neste mês de junho, pode disparar para $31.600, acima das máximas de abril, ou cair para $21.900.

Em relação às previsões de curto prazo para o Bitcoin, a maioria dos analistas está inclinada a um cenário positivo, sugerindo que a moeda permanecerá resiliente.

Especialistas em criptomoedas afirmam que o preço do BTC ficará entre $27.000 e $28.500. Os especialistas estão confiantes de que o Bitcoin tem chance de superar a tendência de baixa, mas a criptomoeda precisa de fortes catalisadores, que atualmente estão ausentes nos mercados.

O analista do YouTube, Jason Pizzino, é ainda mais otimista. Ele afirma que mesmo eventos desfavoráveis no mercado não podem impedir o rali do BTC, e em breve a moeda testará a faixa de $32.000 a $42.000.

Essa visão é compartilhada por Arthur Hayes, fundador da exchange de criptomoedas BitMEX, que tem certeza de que, independentemente do caminho financeiro tomado pelo Federal Reserve e pelas autoridades dos EUA, o BTC alcançará novas máximas de preço. De acordo com Hayes, isso acontecerá tanto em condições de alta inflação e aumento das taxas de juros quanto no caso de queda na inflação e taxas de juros mais baixas.

Em maio, o Bitcoin teve uma queda de 7,6% e fechou o mês em $27.100. Em abril, o BTC perdeu quase 10%. No final de março, o valor da moeda subiu 22,6%, registrando o terceiro mês consecutivo de aumento em meio à normalização da situação da crise bancária.

Em fevereiro, a principal criptomoeda terminou com um aumento de 0,9%, chegando a $23.200, e no primeiro mês de 2023, ganhou quase 40%, tornando janeiro seu melhor mês desde outubro de 2021. Além disso, de janeiro a março deste ano provou ser o melhor trimestre para a moeda desde o início de 2021, com o BTC sendo um dos ativos mais lucrativos.

O principal motivo para o crescimento do mercado de moedas digitais desde o início de 2023 foi a crise iminente no mercado financeiro tradicional. Títulos e valores mobiliários estão atualmente passando por um período desafiador. É por isso que estamos testemunhando um desejo cada vez maior dos investidores de investir em moedas virtuais.